Mastectomia Radical

Conhecer os tipos de mastectomia ajuda a tomar decisões mais seguras.
Entrevista com Dr. André Perina, mastologista especialista em cirurgia mamária

O que é a mastectomia e quando ela é indicada no tratamento do câncer de mama?

A mastectomia é a retirada cirúrgica da mama, indicada quando não é possível realizar a cirurgia conservadora — aquela que preserva parte da glândula mamária. Essa escolha depende de vários fatores, como o estágio do tumor, a localização, o tamanho e a resposta ao tratamento clínico, como quimioterapia ou hormonioterapia.

Existem diferentes tipos de mastectomia. Como é feita essa escolha?

Sim, e essa escolha é sempre personalizada. Avaliamos o tipo e o tamanho do tumor, a anatomia da paciente e as possibilidades de reconstrução mamária. Existem opções mais radicais e outras mais conservadoras, e cada uma tem sua indicação específica. Por isso, conversar com o mastologista é fundamental para que a paciente entenda qual técnica é mais adequada para seu caso.

Pode nos explicar os principais tipos de mastectomia?

Claro. Temos a mastectomia radical à Halsted, que é mais agressiva e hoje é indicada apenas em casos muito específicos, como tumores grandes que invadiram a musculatura. Já a radical modificada é mais comum, pois preserva os músculos peitorais e permite uma reconstrução mamária com menos impacto funcional.

Também há a mastectomia simples, bastante indicada em tumores localizados. Nela, retiramos toda a mama, e em alguns casos, os linfonodos axilares. A alta geralmente ocorre no dia seguinte. Em termos reconstrutivos, temos ainda a mastectomia poupadora de pele, que preserva boa parte da pele da mama e facilita o uso de próteses ou tecidos próprios. E, quando possível, fazemos a mastectomia poupadora do mamilo, indicada em tumores distantes dessa área, preservando tanto a pele quanto o mamilo.

Esses procedimentos interferem na possibilidade de reconstrução mamária?

Sim. A técnica de mastectomia escolhida tem impacto direto na forma como a reconstrução será feita. Quanto mais estruturas conseguimos preservar — como pele e mamilo —, maior a possibilidade de um resultado estético satisfatório. Mas o mais importante é sempre a segurança oncológica. A prioridade é remover o tumor com margem adequada.

Qual a importância de uma avaliação individualizada nesse processo?

Cada mulher tem uma história de vida, um corpo e um tipo de câncer. Por isso, a avaliação precisa ser personalizada. Trabalhamos em equipe multidisciplinar para definir a melhor abordagem, sempre respeitando o momento físico e emocional da paciente. Essa escuta atenta é essencial para garantir um tratamento completo e respeitoso.

A mastectomia pode ser um passo difícil, mas também pode marcar o início da cura. Informar-se sobre os tipos de cirurgia e as opções de reconstrução é parte importante desse processo. Com acolhimento, apoio profissional e tratamento adequado, é possível atravessar essa etapa com segurança e esperança.

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