
Reconstrução da Mama após Mastectomia
Entrevista com Dr. Fabio Paganini, cirurgião plástico especialista em reconstrução mamária
A retirada da mama ainda é uma das etapas mais difíceis do tratamento contra o câncer. Como a reconstrução pode ajudar nesse processo?
A reconstrução mamária vai muito além de uma questão estética. Ela faz parte da reabilitação física e emocional da mulher. Quando conseguimos oferecer essa possibilidade no mesmo momento da mastectomia, contribuímos para que a paciente enfrente o tratamento com mais confiança e dignidade. É um passo importante para a retomada da autoestima.
Toda paciente pode fazer a reconstrução logo após a mastectomia?
Nem sempre. A reconstrução imediata depende de uma série de fatores: tipo de tumor, estágio da doença, condições clínicas da paciente e a estratégia de tratamento oncológico. Quando esses critérios estão bem definidos e são favoráveis, conseguimos fazer a reconstrução no mesmo ato cirúrgico. Caso contrário, optamos pela reconstrução tardia, que é igualmente segura e eficaz, mas realizada após o término do tratamento oncológico.
Quais são os tipos de reconstrução mais comuns?
Podemos usar próteses de silicone, expansores ou retalhos de tecido da própria paciente, como do abdômen ou das costas. A escolha depende do corpo da paciente, da técnica de mastectomia utilizada e do desejo pessoal. Em casos em que a pele da mama foi preservada, por exemplo, a reconstrução com prótese pode ser mais simples e com resultado estético excelente.
A sensibilidade da mama é recuperada após a cirurgia?
Na maioria dos casos, há perda parcial ou total da sensibilidade, especialmente quando o mamilo é removido. Algumas técnicas mais modernas vêm buscando reconectar nervos, mas ainda não é possível garantir a recuperação da sensibilidade como antes. O mais importante é que a paciente esteja bem informada e saiba o que esperar da reconstrução, tanto em relação à estética quanto à funcionalidade.
Qual é o papel do acompanhamento no pós-operatório?
O acompanhamento é essencial. Temos uma equipe preparada para cuidar da cicatrização, prevenir complicações e orientar sobre os movimentos adequados no período inicial. A fisioterapia, por exemplo, é muito importante para recuperar os movimentos do braço e ombro do lado operado. Com cerca de 30 dias, muitas pacientes já estão retomando suas rotinas, com os devidos cuidados, claro.
Qual mensagem o senhor deixaria para quem está diante dessa decisão?
A reconstrução é um direito, e cada mulher deve ser respeitada em sua escolha. Algumas preferem reconstruir, outras não. O mais importante é que a paciente se sinta acolhida, escutada e que tenha acesso à informação de qualidade. O tratamento do câncer de mama precisa olhar para a cura, mas também para a qualidade de vida.
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